Dependência
Madrugada alta
Você faz tamanha falta
Que não suporto os sintomas
Dessa crise de abstinência
Que me causa a tua ausência
Preciso beber outra vez
Entorpecer-me com a embriaguez
Que você me proporciona
Avivar memórias rotas
Sorver você até a última gota
Minha alma agora geme
E enquanto meus dedos tremem
Uma fraqueza me assoma
Meu corpo está todo mole
Cadê você? Preciso de outro gole
Então, num momento infeliz
Você olha pra mim e diz
Ei! Me bebe, me toma
Tento sair mas não saio
E bebo tanto que caio
Assumo, então, minha falência
E a minha dependência
Não quero sair desse coma
Sou viciado em você
Vem logo pra mim, pra eu poder te beber
Flávio Sant’Ana Lopes
09/09/2005