Dependência

Madrugada alta

Você faz tamanha falta

Que não suporto os sintomas

Dessa crise de abstinência

Que me causa a tua ausência

Preciso beber outra vez

Entorpecer-me com a embriaguez

Que você me proporciona

Avivar memórias rotas

Sorver você até a última gota

Minha alma agora geme

E enquanto meus dedos tremem

Uma fraqueza me assoma

Meu corpo está todo mole

Cadê você? Preciso de outro gole

Então, num momento infeliz

Você olha pra mim e diz

Ei! Me bebe, me toma

Tento sair mas não saio

E bebo tanto que caio

Assumo, então, minha falência

E a minha dependência

Não quero sair desse coma

Sou viciado em você

Vem logo pra mim, pra eu poder te beber

Flávio Sant’Ana Lopes

09/09/2005

Flávio Sant Ana Lopes
Enviado por Flávio Sant Ana Lopes em 25/01/2006
Reeditado em 30/06/2006
Código do texto: T103682