ERA BOM...
Era bom…
mas esfumou-se
esse amor desgovernado
estranho e complicado
de ausências e regressos,
fugas e evasivas.
Um afecto adornado
de silêncios e mistérios,
mais os pedidos de perdão,
doídos, mas pouco sérios
e as mágoas do coração.
Uma ternura recheada
de juras continuadas,
de promessas quebradas
e visitas canceladas,
e de horas… esbanjadas.
Tanto amor desperdiçado
era imenso…
mas definhou
foi até maltratado
e, provavelmente, acabou.
Olho para trás e percebo:
- tu e eu somos quase nada,
ou fomos, talvez:
uma espécie de placebo
uma existência adiada,
uma simples fantasia,
uma estéril ousadia
ou apenas…
amorosa miopia.
Era fogo e apagou-se! (03-04-08)