FUGINDO DO FRIO
Meu Brasil tão enorme,
Contrastante, todos sabem
O gigante que nunca dorme
Tudo que existe nele cabe.
Pelo sul, no mês de junho
O frio, a garoa, o vento,
Mãos nos bolsos, cerro o punho
E congelo o pensamento
O frio que traz intimidade
Atrai, aproxima e aconchega
Esvazia as ruas da cidade
Reina absoluto na noite cega.
Estou vencido, mas sei fugir
Lábios rachados, orelhas com dor
Agora mesmo preciso ir
Voltar a Manaus e ao calor.