**NA SALA DE ESTAR**
Um dedo sangra.
Quase só um corte,
não fosse a morte,
e o amor...
Uma gota vermelha
se espalha pela sala,
retiro meu adeus, amenizo
a dor dos olhos teus
Faz-se um rio de lembranças.
Não me esgoto, minha face sim
desbota: as maçãs do rosto.
coloco sal, depois açucar:
Desgosto de filha.
No seu rosto coloquei beijos
em feridas estranhas...
Depois sugo lentamente o
gosto do líquido...
Choro sem querer,
lambendo saudades da sala de
estar...
Você, não está...
(Pai...às vezes a saudade não tem nome, toma conta )
Beijos de amor eterno, da sua filha do meio...