AUSÊNCIA

À margem deste silencioso rio brilhante,
Cujas águas se misturam, em homogêneo,
À indescritível dor da alma pensante,
Deixo soltar um grito nada efêmero...

Pranteio lembrar-me de seu belo olhar:
Límpido, singelo e companheiro.
De tantos obstáculos vencidos e a lutar.
Éramos de primeira viagem marinheiros.

Ah! Foram poucos esses muitos anos!
Anos que me coroaste dum ouro fúlgido
E que vestiste de grandes encantos...
Ah! Que triste e incomum infortúnio!

Se assim permitido tivesse o céu,
Palavras mui afáveis ter-lhe-ia dito.
A perda tem o gosto absinto do fel.
A memória é bálsamo sobre o peito ferido...
Fábio Launiz
Enviado por Fábio Launiz em 03/07/2008
Reeditado em 18/06/2016
Código do texto: T1062819
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