Voltarei? Voltarei...

Voltarei assim que o vento mudar de curso, e fazer a nova curva...

Voltarei, assim que, a voz que ouço no fundo de meu coração,

dizer-me o caminho certo...

Voltarei sim, é claro, meu corpo... Pois, minh'alma nunca saiu dai...

Voltarei, talvez quando o sol se pôr.

Quando a lua vier, com seu sublime jeito, encantador...

Voltarei quando as luzes da ribalta, apagarem-se uma a uma.

Voltarei, quando as estrelas caírem, como cadentes na terra.

Voltarei, quando o amor for apenas mais um sentimento

(que nada, isso não vai acontecer).

Voltarei sim, é claro, para contemplar a beleza que se esconde por trás do seu olhar...

Voltarei sim, para ajoelhar me diante da intensa e imortal beleza de nossa amizade.

Voltarei? Será?

O tempo está passando, mais uma vez, de vagar? Não, está rápido demais e, como sempre, não estamos vendo...

Voltarei, quando os pensamentos em mim, curvarem-se para dentro daquele outro ser...

Voltarei, quando as águas que aqui pararam, subirem ou sumirem, novamente.

Voltarei quando o deserto virar um mar, de rosas...

Voltarei quando o mar, de tanta sede morrer, cansado a procura de água, no deserto,

a vida...

Voltarei logo, logo...

Por você!

Por tudo e todos...

Por mim.

Voltarei, também porque sou, eu acho, digno de voltar...

Voltarei, também porque amo voltar e, encontrar quem o tempo de mim distanciou...

Voltarei logo, eu acho...

Espere por mim, por favor!

Mas, se, quando o sol se pôr diante daquele horizonte,

E nem os ventos, nem as nuvens, nem as águas te mostrarem que voltei,

Não chores, não fique assim, não fique com raiva,

Pois, a minha matéria por aqui deverá ter ficado e, minha alma,

Foi ser o vento que balança teus cabelos...

Foi ser a luz, o sol que ilumina teus dias...

Foi ser a lua, a noite mais escura, pois, quanto mais escura for,

mais bela e mais nossa ela sempre será!

Foi ser a poesia, a canção que sai de você...

Foi ser teu guia, teu anjo da guarda...

Foi ficar ao teu lado,

Para todo o sempre...

Eu voltarei sim, é claro!

Assim que eu puder!

Cuide-se, querido anjo meu.

Voltarei, um dia eu voltarei!

(Santarém-Pará, 18 de julho de 2008)

Andrew de Castro Rodrigues
Enviado por Andrew de Castro Rodrigues em 25/07/2008
Código do texto: T1096718