Ô saudade...

O coração fica pequeno, nada mais cabe...

É tão grande a saudade que me visita...

Que rasga o peito e sangra e faz doer,

Sai de dentro a dor e o olhar contrista.

É como a noite que não quer findar...

O dia não chega, não quer amanhecer.

Tudo é turvo, em cinza tudo se tornou...

E a canção se faz emudecer.

Não tem sabor o que me vem à boca...

A sede insiste e a garganta seca.

Não quero força, nem companhia...

Só quero a porta e a janela bem abertas.

Quero ouvir os sons da noite tranzendo medo...

E chorar baixinho, sozinho, como criança...

E lembrar com fúria dos meus segredos

Que tu levaste, guardados na lembrança.

Levou meu sorriso, meu rosto, meu olhar...

Deixou-me à mercê dessa tal saudade...

Que me visita sempre e cada vez mais presente

Chega vestida de roupa nova como para me machucar.

Ô Saudade que me mata, vai-te embora...

Vai de carro, avião ou trem...

Depressa, corre, não mais demore...

Cansei de ti, chega de desdém.

Simone Nascimento "Aquela que ouve" 20/08/2008

Aquela que Ouve
Enviado por Aquela que Ouve em 20/08/2008
Reeditado em 24/08/2008
Código do texto: T1136792
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