Mea Culpa
Os olhos escuros de Caio
me dão medo.
São nebulosos e indecifráveis.
Fantasiados de uma inocência
arquetípica, quase criminosa.
Os olhos de Caio
são olhos de outono.
Caídos como folhas
de parreira, escuros
como as sementes das
uvas.
O mote exigia um adeus
ao menos um aceno exigia
E esses mesmos olhos
fecharam-se no momento
mais perigoso.
A minha bravura
exacerbada não
evitaria esse impasse.
Os laços romper-se-iam
tão logo o inverno chegasse.