FRONTEIRA
A distância trouxe consigo
a dor do esquecimento,
a perda do ombro amigo
e o meu choro de lamento.
Eis-me aqui, sozinha novamente,
a odiar essa tal fronteira,
cujo pouco amor não foi sobrevivente
na estrada íngreme e derradeira.
Perco-me em mim cheia de dor,
porque dói demais ver-me assim
morrendo de saudade e de amor
numa tristeza ambígua e sem fim.
E eis que vivo essa tortura
de saber-te agora tão ausente,
de levar-me à insensata loucura
por tornar-me um ser dependente,
por não haver mais a procura,
nem o gosto do teu beijo ardente;
não há remédio nem cura
para esta dor intermitente.
By Despecial, em 02/08/2008