Solidão a dois

Você ai e eu aqui

O tempo, a distância, entre nossos corpos

O desejo a nos impulsionar

Como suportar a dor deste querer que não posso evitar?

Não tem como correr de você

Se fecho os olhos a sinto aqui

Nem posso gritar este amor que cresce dia a dia

Não é a tua ausência.

Recordo-me o dia que entraste na minha vida

Nunca a vi partir

Impressiona-me a intensidade de meu desejo por ti

Extirpas de mim sem qualquer anestesia

O câncer do tédio, da mesmice

Com você sou o que sou

Você não ofusca o meu viver

Não quero te machucar

Nem posso te cobrar nada

Quem compraria nossos sonhos?

Estamos vivendo duros dias

Antagônicos: solidão a dois

O remédio que te cura a mim consome

A princípio imaginava que éramos frutos da carência, filhos do desprezo

Agora não sei o que fazer com que tenho

Não tenho o que fazer com o que quero

A não ser querer, querer.....