S'eu de ti m'esquecer!

Que não possa mais escrever

Que de meu rosto o sorriso se apague

Que o abraço da Tristeza me afague

S'eu de ti m'esquecer.

Humilde albergue que possa me acolher

Jamais encontre no meu peregrinar

Em meus mártírios venha o mundo a escarnecer

Se a tua lembrança eu abandonar.

Que a negra rosa da Saudade

Na minha estrada esteja a florescer

Que me conceda o ósculo a Dama da Infelicidade

S'eu de ti m'esquecer.

Em minhas mãos em áspide venha a se transmutar

No mesmo instante a flor que eu for colher

Em fel a fonte em que meus lábios chegar

S'eu de ti m'esquecer.

Qual sombra de precito entre os viventes seja

E passe meus míseros dias a gemer

Que a aurora da Esperança não mais veja

S'eu de ti m'esquecer.

E que não seja florido

O sepulcro em que eu jazer

Por todos viva e morra preterido

S'eu de ti m'esquecer!

Arcanjjus Negrus
Enviado por Arcanjjus Negrus em 05/10/2008
Reeditado em 09/03/2009
Código do texto: T1213043