DESPEDIDA

Despedida, o que me move tal sentimento?

Porque não ficar mais um pouco, nem que seja por um breve momento?

Despedida, porque parte a alma em cruéis segmentos?

Porque deixar a mente em fragmentos?

O que para alguns é alívio

Para outros é puro suplicio

Estava tão próximo, faltava tão pouco, diria

No entanto, é inalcançável

Essa busca do que é completo e novo, todavia

Tornou-se uma dor imensurável

Sim, viva a imatureza de sua ilogia

Despedida é conto, é prosa, é poesia

Liberte-se dessa analogia

Permita-se viver em harmonia

Palavras são fáceis, simplesmente são ditas

Belo discurso, boa intenção

Mas como acalentar a ausência embutida

Na face estampada da solidão?

Se minha saudade não pode ser dividida

Porque deveria ouvir seu sermão?

Desculpe a falta de compreensão

Minhas palavras entoam dor e emoção

Saudade dói, machuca e não é ilusão

E não consigo visualizar solução.

Aditação é conseqüência da busca

O que você procura não é a cura

Querer se perder na luz que ofusca

Não te livrará da loucura

Vista seu corpo do que é eterno

Busque o caminho na fonte, no que é belo

Corte a insana mania da morte

Antes que ela se torne mais forte

Que sua vontade de amar

Seja na paz, saber esperar

Quem tu amas, será esquecido

Em seu coração endurecido.

Pra que depois ele possa deslumbrar

A volta do novo, de novo, que irá chegar

E será a esperança

Dessa cura que você quer achar

Denilsamore
Enviado por Denilsamore em 07/10/2008
Reeditado em 07/10/2008
Código do texto: T1216519
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