Dona Ana... Aninha... Que saudades

Ofertou seu ventre como morada...

No colo macio sustentou nosso peso e o peso do mundo...

Entregou sua vida a treze criaturas suas,

Frágil mulher que ensinou o sentido de força...

Doce mulher que nos dotou de bravura...

Pobre mulher que nos cobriu de ternura!

No seu seio, donde colhemos a vida e a esperança,

também deitamos nossas desilusões...

Ali, se tínhamos fome encontrávamos sustância,

Sentíssemos medo, vislumbrávamos esperança,

Sentíssemos tristeza encontrávamos sorrisos...

Ela nunca abortou sua fé nem desistiu do seu canto...

Velou nossos sonhos febris

Ninou nossas ilusões imprecisas

chorou nossas vitórias, contou nossas histórias...

Que saudades!

Quanta falta faz o colo de Aninha, pequena mulher...

Sonhos perdidos, vitórias e histórias...

O ventre morno, as palavras duras, a voz segura...

Tanto medo da solidão, da morte, da vida

sem Aninha pra nos acalentar...

Que saudades!

De sua fé, esperança, do seu amor sem precedentes...

Querida, nossa Aninha, dona Ana, dá-nos seu colo de novo

nos segundos de sonhos noturnos

Vem nos enxugar o pranto, não nos deixe tão sós...

Vem visitar-nos nas nossas desventuras,

Canta para nos ninar...

Que saudades! Que vontade do seu olhar,

Que distância absurda,

Dona Ana... Aninha,

Nomeada de amor, batizada de mãe...

Como o caminho ficou longo e vazio sem o seu caminhar!

Nalva
Enviado por Nalva em 11/03/2006
Reeditado em 13/10/2008
Código do texto: T121910
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.