A Casa da MinhaInfância

 

O sol iluminava lembranças

nos vidros da janela da varanda.

Ao redor, as mesmas vizinhanças.

No peito, a saudadenefanda.

 

Do lado da casa, a cerejeira,

bordada de frutinhas vermelhas,

elevava-se ao céualtaneira.

Seus galhos acariciando as telhas.

 

E sou outravezadolescente.

Entre as mãos, umlivroaberto. Sonho.

Absorvo as palavraslentamente,

e o meufuturo, feliz, componho.

 

A voz da realidadetoca

meu corpoqueemsobressaltoacorda.

É o ontemquecom o hoje se choca

e de dormeucoraçãotransborda.