Beija-me

Beija-me como dantes.

Como me beijava nos tempos de colégio.

Eu tive o privilégio.

Te conheci na mocidade.

Ah, naquela idade!

Naquela idade, sob o luar, nossas mãos eram uma loucura.

Corriam na pele exposta.

O tempo foi resposta.

O amor nos embriagou.

Pra lugares fantásticos nos arrastou...

Mas...

Mas tudo passou...

Os beijos sob os caramanchões.

Vieram tantos senões.

E nos perdemos de nós.

Hoje olhei tua boca.

Pensei.

Como fostes um louco.

Como fui uma louca.

Nós perdemos.

Já não tens, já não tenho.

Já não temos.

...

O brilho de todas as estrelas no olhar.

Perdemos alguma coisa.

E nunca mais vamos recuperar.

Eu posso não falar.

Mas minha boca vive a implorar.

Venha, venha me beijar...

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 16/11/2008
Reeditado em 19/04/2011
Código do texto: T1286171
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