Ventos do Sul
Ventos do Sul
Longa noite
Manhãzinha quase gelada.
Vindo do sul, o vento sopra
Embalando as árvores numa dança
Contínua, bucólica e trepidante.
Com os pés descalços, ando
Sobre a grama nas margens do córrego
De água límpida, fresca e cristalina.
Lembro de ti minha eterna menina.
Foi uma longa noite! Interminável!
Rolei, rolei... sobre a cama entre
Lençóis de cetim e travesseiros.
Me faz falta o teu perfume
E, o teu calor que me aquece.
Quero sentir teu sorriso
E, em teu riso maroto,
Escutar tua voz de menina
Num gemido em meu ouvido.
Sentir o afagar de tuas mãos
Em meu corpo percorrer,
Explorando com delicado carinho
Minha carência é te querer.
Quero a maciez
Dos cabelos no rosto;
Sentir teu hálito, tua saliva
Quero o teu mel.
Quero a tua boca em minha boca;
Ficar dentro de ti. És meu ninho!
Ouvir teu ronronar tão felino
E te beijar, beijar e beijar...
Surgem agora sobre os montes
Os primeiros raios do rei sol, como
Fios dourados sobra a úmida relva,
Roubados da matiz dos teus cabelos
Dourados como os meus sonhos... e
Sonhar, sonhar, sonhar...
Te quero aqui, juntinho de mim.
Te quero fazendo beicinho dengoso.
Te quero rainha sorrindo manhosa.
Te quero encolhidinha em meu colo.
Deitados na rede, o teu sono ninar.
Vou te buscar minha amada querida
Sozinho aqui, não vou mais ficar.