Na lida da rua

Fustigada pela falta

do verso reverso,

ela converge.

Dá-se aos trilhos tantos

e outra vez

empurra o carrinho penso

que seus braços ainda não querem deixa ir.

E sai

na seleta pouca das noites,

garimpeira do que alimente

a alma saudosa e o corpo de seda.

Ela continua nas ruas,

na busca da blusa sobreposta à sua.

Nas curvas das trovas que lhe faltam.

Na ânsia de que numa esquina seguinte,

alguém devolva o viço das estrelas

que se perdeu em mãos

de quem 'catou dores'

e lhe pendeu o coração.

Talita Fernanda Sereia
Enviado por Talita Fernanda Sereia em 12/12/2008
Reeditado em 23/06/2013
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