Sodade Matadêra

Que sodade do meu bem!

Que sodade das nôte de lua crara

Onde a nossa querença inocente

Invadia o sertão!

Era uma amô proibido

Que nasceu na nôte de São João...

Aquele frio gostoso

E a gente ali

Só no óiá...

Nosso zóio

Era como o brilho da fuguêra!

E num sei pro mode o quê

A sua famia por bestêra

Num quis a mim aceitá...

Aquilo pra mim

Era um disatino

Nóis e o distino....

O coração apertava

De dá nó...

Era como uma criança no frio

Sem tê o palitó...

E a gente num simples piscado

Lá no ribêrão ia se incontrá!

Era fogo

Era paxão

Nas nôte de luá...

E os abraço?

Dêxava nóis dois

Como um vurcão!

Ah!Sodade matadêra

Me leva de vorta pro sertão

Eu sinto farta daqueles zòio

Que sempre me deu a razão...

A razão de querê ocê

Metade do meu coração...

Sodade matadêra!

Aqui fico mais não...

Pode chuvê inté canivete!

Mais eu vou vortá pra Ivete

E pro meu pedaço de chão...

Sodade matadêra!

Ôce pode inté me matá....

Mais...

A Ivete eu vô buscá

E nesta humirde paioça

Ela vai cumigo ficá!

Ah!Sodade matadêra...

Dêxa eu sê filiz e amá...

Mestre Tinga das Gerais
Enviado por Mestre Tinga das Gerais em 26/01/2009
Reeditado em 20/03/2021
Código do texto: T1405884
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.