Sodade Matadêra
Que sodade do meu bem!
Que sodade das nôte de lua crara
Onde a nossa querença inocente
Invadia o sertão!
Era uma amô proibido
Que nasceu na nôte de São João...
Aquele frio gostoso
E a gente ali
Só no óiá...
Nosso zóio
Era como o brilho da fuguêra!
E num sei pro mode o quê
A sua famia por bestêra
Num quis a mim aceitá...
Aquilo pra mim
Era um disatino
Nóis e o distino....
O coração apertava
De dá nó...
Era como uma criança no frio
Sem tê o palitó...
E a gente num simples piscado
Lá no ribêrão ia se incontrá!
Era fogo
Era paxão
Nas nôte de luá...
E os abraço?
Dêxava nóis dois
Como um vurcão!
Ah!Sodade matadêra
Me leva de vorta pro sertão
Eu sinto farta daqueles zòio
Que sempre me deu a razão...
A razão de querê ocê
Metade do meu coração...
Sodade matadêra!
Aqui fico mais não...
Pode chuvê inté canivete!
Mais eu vou vortá pra Ivete
E pro meu pedaço de chão...
Sodade matadêra!
Ôce pode inté me matá....
Mais...
A Ivete eu vô buscá
E nesta humirde paioça
Ela vai cumigo ficá!
Ah!Sodade matadêra...
Dêxa eu sê filiz e amá...