A menina do mar

É possível ganhar ou perder,

O impossível é ao menos entender,

O que o destino nos reserva,

Às vezes amargoso feito uma erva

Venenosa que, quando ingerida,

Mata lentamente uma paixão contida:

Assim surgiu minha beleza, da areia,

Do mar, reluzente a mim, em candeia,

Corpo escultural, bronzeado ao sol,

Olhares cintilantes tal qual o farol

Do canto do Forte... Algo muito forte,

Imenso, profundo similar a um corte,

Certeiro, impactante ao meu coração,

Caso ao acaso, um amor de verão...

Era linda, inexplicavelmente linda,

Como não desejá-la aquela menina?

De curvas e sorrisos delineados

De cabelos negros encaracolados

Procurei palavras não encontradas

Para dizer-lhe... Enfim, cantadas...

Beijos e beijos, tão logo o prazer,

Era pra ser eterno o amor, aquele viver...

Apenas o mar imenso assistia a cena,

E bramia suas ondas para o meu dilema,

Que aconteceria logo em seguida:

Eu inerte via minha alma perdida

Sendo levada pelo vento, pelas águas...

E, naquela praia, chorei minhas magoas,

Minha tristeza e toda a minha dor,

Em perder para o mar, meu único amor.

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 25/02/2009
Código do texto: T1456585
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