LIRIO MORTO
Mais uma preciosidade deixada pelo nosso querido Cônego Ernesto Almirio Arantes, que com este poema prestou uma homenagem ao seu amigo Antônio Soares de Carvalho, (de São Jose dos Campos) pela passagem da sua filhinha, dessa para outra vida. Cônego Ernesto também já se foi para a casa do Pai, certamente lá, ele encontrou este anjinho que lhe inspirou esta triste mas, singela poesia.
LIRIO MORTO
Cônego Ernesto A. Arantes
Ela morreu tão cedo,à flor dos anos,
longe do pai, longe da mãe, coitada,
sem conhecer do mundo quase nada,
sem conhecer do mundo os desenganos.
Hora do enterro. Fui. Fiz a jornada
tristonho e pensativo. Entre alvos panos
vi-a dormindo. Ao lado os seus enganos
também dormia junto à flor cortada!
O cortejo pomposo, mas funério,
foi caminhando para o cemitério,
ao canto triste do meu desconforto!
Enquanto o corpo à terra ia baixando,
uma chuva do céu ia orvalhando
o corpo inerte deste "LIRIO MORTO"