Empírica saudade

Esta saudade só nossa

que surge sem se esperar,

faz-nos voltar ao passado,

brotando em qualquer lugar.

Nascendo de uma lembrança

por um dos nossos sentidos,

emerge de onde descansa.

Por uma imagem ou ruído,

um sabor, cheiro ou de um toque,

trás à mente uma saudade

à que a sensação convoque.

Despertados num momento

que aqui, até abrevio,

de algo que já foi gravado

no decorrer da existência,

trás sensação de vazio.

Mas, na verdade acredito,

que a saudade dá vazão;

com fragmentos lembrados

em Tabula Rasa gravados

alimentando a ilusão.

Praia do Anil, 27 de março de 2009

Benedita Azevedo
Enviado por Benedita Azevedo em 12/04/2009
Reeditado em 20/06/2009
Código do texto: T1536112