MINHA CASINHA BRANCA

Minha casinha linda, eterna casinha branca

De casinha só o nome, meu casarão de lembranças

Com a vista para o açude, com caminho de porteira

No alpendre uma cadeira onde a gente se balança

Casa de minhas saudades, minhas inúteis vontades

Do pé de tudo e de flor, da minha cajaraneira

Onde subia faceira, para lá cima estudar

Casa da minha infância, das minhas brincadeiras

Minhas pequenas besteiras, e invenções para brincar

Paredes que têm história... quase um século de testemunho

Que viu muita gente nascer, e muita gente morrer

Casa dos meus antepassados

Minhas raízes, meus aliados... meu eterno admirar

Casa de minhas memórias...

Minhas derrotas, minhas glórias

Meu riso e meu chorar...

Casa que ouviu meu lamento, que abrigou minha poesia

Que assistiu minha alegria e presenciou meu lutar...

Casa que me viu crescer, me ajudou a crescer

Viu meu evolucionar...

Cada canto uma lembrança

Desde o tempo de criança, a singela inocência

Até o florescer da adolescência... e o seu findar!

Casa grande, casa alta, sem laje e sem azulejo

Sem riqueza e com valor... Tanta beleza!

Minha grande casinha branca

Aonde me deito em uma rede, no finalzinho da tarde

Só mesmo para admirar... e lembrar...

Tanta história me reconta, tanta vida me devolve

Minhas invenções, minhas paixões... tudo que nela vivi

Casa de recordações!

E sempre que a ela retorno, o caminho da porteira

A vista tão costumeira, despertando sensações...

O açude como pano de fundo, no portão vejo meu mundo

Alguém sempre a me esperar...

E quando dela eu saio, a despedida é ensaio

E a lágrima que insiste em rolar...

Saudades bela casinha... Meu recanto costumeiro

Meu refúgio sorrateiro, meu eterno recordar!

~> 19 de abril de 2009 ~> 12:27 hs

Magna Eugênia
Enviado por Magna Eugênia em 19/04/2009
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