DISTANTE DO CORAÇÃO

O tempo passa...
Atravessa,
As rodovias,
O canto das cotovias,
As esquinas do firmamento,
A magia de tanto querer.
A nuvem passa...
Sem reta,
Sem meta,
Sem destino,
No fino,
Ciciar do vento.
O meu olhar se embaraça,
No sublime anoitecer,
Me sinto alheio,
Quase perdido,
Absolvido em meio,
Às reminiscências,
Essências de uma vida,
Movida pela vontade,
Reticências...
Afã de liberdade.
O amor me abraça,
Serenamente,
Com certa ingenuidade,
A alma se sente,
Uma adolescente,
E se rende,
À divina arte,
De amar intensamente,
Mas, não entende,
Que a sua outra parte,
Amada, errante, amante,
Está bem distante,
Do coração,
Se refugiou numa constelação.