O BALÉ DAS FLORES NO RIO
Quando moleque fui daquelas crianças tão arteiras,
Correndo entre árvores com frutas de sabor incrível;
Lembro-me dos dias de ventania e brisas tão ligeiras,
E flores caindo no rio, que levava beleza tão perecível...
Pétalas brancas e róseas desciam o rio em fileiras,
Tentando em vão chegar ao clímax, seu fruto inatingível...
Hoje vejo máquinas, plantadeiras e colheitadeiras,
Arando e semeando, mas com uma aridez horrível,
E um homem derruba a última das árvores verdadeiras,
Com aquela atitude que não é crível, não é possível;
Pela última vez eu vi as flores das belas cerejeiras,
Boiando e girando, descendo o rio...balé inesquecível...