AMARGO
NALDOVELHO
Fico em silêncio remexendo em meus guardados,
em minhas memórias, em minhas histórias.
Luz do quarto apagada
e um certo perfume toma conta do ambiente.
Olho pela janela, lá fora chove,
chuva fina e impertinente.
Aqui dentro a lágrima, teimosa e insistente.
Faz tempo mandei a saudade ir embora.
De nada adiantou, ela não foi!
Já não bebo mais, Martines
e o que ficou foi o vazio...
Vazio das tardes sonolentas.
Rádio e televisão desligados,
um livro chato fechado sobre a mesa.
O título? DA JANELA DO MEU QUARTO.
O autor? Já não o reconheço!
Provavelmente um romântico,
um desses que o vazio desses dias calou.
Acendo um cigarro e o que eu trago é amargo...
Melhor pintar um novo quadro,
mais uma paisagem deserta,
gélida e monocromática.
Violão nem pensar!
Os acordes teimam em me contrariar.
Daqui a pouco anoitece,
vou para a janela do quarto,
já não chove!
Melhor parar de pensar.
Da casa vizinha, janela ao lado,
o som de um piano incomoda
e toma conta do ambiente.
A mesma música de sempre:
“Eu sei que eu vou te amar,
por toda a minha vida eu vou te amar”.
Temo que esta música
nunca mais vá parar de tocar!
NALDOVELHO
Fico em silêncio remexendo em meus guardados,
em minhas memórias, em minhas histórias.
Luz do quarto apagada
e um certo perfume toma conta do ambiente.
Olho pela janela, lá fora chove,
chuva fina e impertinente.
Aqui dentro a lágrima, teimosa e insistente.
Faz tempo mandei a saudade ir embora.
De nada adiantou, ela não foi!
Já não bebo mais, Martines
e o que ficou foi o vazio...
Vazio das tardes sonolentas.
Rádio e televisão desligados,
um livro chato fechado sobre a mesa.
O título? DA JANELA DO MEU QUARTO.
O autor? Já não o reconheço!
Provavelmente um romântico,
um desses que o vazio desses dias calou.
Acendo um cigarro e o que eu trago é amargo...
Melhor pintar um novo quadro,
mais uma paisagem deserta,
gélida e monocromática.
Violão nem pensar!
Os acordes teimam em me contrariar.
Daqui a pouco anoitece,
vou para a janela do quarto,
já não chove!
Melhor parar de pensar.
Da casa vizinha, janela ao lado,
o som de um piano incomoda
e toma conta do ambiente.
A mesma música de sempre:
“Eu sei que eu vou te amar,
por toda a minha vida eu vou te amar”.
Temo que esta música
nunca mais vá parar de tocar!