Saudade

Saudade

Saudade! Não me persiga,

Não procures ser amiga

De quem gosta de ti!

Era assim que como eu falava,

Quando a saudade passava,

Às vezes, perto de mim!...

Mas... o tempo foi passando,

Todos foram se ausentando,

Para ali, para acolá...

A casa ficou deserta,

E pela janela aberta,

A saudade pode entrar!...

Saudades! Vens tão ligeira,

Ser minha companheira,

Nesta tristonha manhã!...

Dá-me o teu consolo amigo,

Saudades! Ficas comigo,

Saudades! És minha irmã!...

Rio de Janeiro, 15 de maio de 1941.

Para minha querida amiga Ruth, alma irmã da minha.

Alice França

Achei, dentre os guardados de minha falecida mãe, este poema. Minha mãe não era nem a Ruth nem a Alice, mencionadas no poema.

Achei o manuscrito em um papel amarelado pelo tempo, mas em razoável estado de conservação.

De tão bela esta poesia, tocou-me tanto, achei por bem publica-la, para honrar a memória de sua autora.

M B Sobrino