O SOM DO SILÊNCIO
 
Olhar aflito perdido no infinito,
solidão pinta as paredes vazias...
O som do silêncio é um grito
que rompe da alma em agonias!
 
Nesta foz nascente das saudades
a lágrima é dor só e envelhecida,
um corpo que foi seu,  nu de vaidades
busca em ânsias pela ilusão esquecida.
 
Na aragem que acompanha a madrugada
insana chamo seu nome bem baixinho,
sinto frio, intensa fome de ser amada
e sede, neste deserto sem carinho.
 
Apenas há em mim sonhos desvalidos
e as lembranças de um amor ardente,
guardadas em escuros desconhecidos
onde a luz clara da vida  se faz ausente...
 
O tempo marca o lento compasso da hora,
ao som do silêncio sou essência sem identidade
e o presente se perde, em mais uma aurora!
 
12/01/2006
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 18/06/2009
Reeditado em 23/10/2009
Código do texto: T1654729