A PROSTITUTA

No espelho do quarto, manchado de dores tantas

explicitas na voz e no olhar

ela esconde a amargura da vida que leva.

Era um simples sonho de amor

que tornou-se um pesadelo por toda sua vida !

Exposta as pedras dos fariseus sedutores

que usam o seu corpo, enquanto apedrejavam sua´lma!

com atos e palavras que feriem mais que qualquer pedra.

Na penumbra do quarto, azul de tanta tristeza

chorava Nêga Nora, Mariinha... Ana Preta!

mas Tereza não suportou tanta humilhação e se matou !

Vivam sentenciadas ao sexo, sem amor

escravas dos desejos alheios

homens que lhe pagam o preço injusto

pelo justo gozo !

Ela relembra os dias de outrora

quando alguém jurando amor eterno

bebeu todo seu mel toda sua ilusão pueril

e lhe fez de troféu !

Nunca mais eu consegui esquecer aquele quarto azul

no Pingo d´água de Santa Maria da Vitória

onde conheci Tereza e Mariinha

que caíram na vida por uma prova de amor!

Família perdida, sonhos perdidos, alma de amargura

vida sem clemência, sem perdão e uma sentença a cumprir !

banida da sociedade hipócrita

padece no inferno da vida

pela sina de ser prostituta.

No quarto azul

a pouca luz impedia vê as marcas no seu corpo !

o rosto escondido atrás de um falso sorriso

enquanto alma se desmanchava em pranto

quando no fim da noite arranca a máscara da tortura!

e torna-se uma simples e frágil mulher.

Envergonhado de mim, tentei esquecer aquele quarto azul

onde por tanto morou meus pensamentos e desejos !

Nunca mais esqueci aquele sorriso triste de Dora

que queria apenas alguém, pra ser feliz...

Olho os lençóis amarrotados e as paredes nuas

cheias de segredos azuis

e ali também escrevo minhas memórias

cenas que jamais vou esquecer...

Rita adentra o quarto chorando... sangrando!

- maldita vida!!! Eu quero morrer! Eu quero morrer !

Elas acreditaram no amor e por amor

dera a prova de seu tanto querer

no entanto, delas, eles queriam apenas o sexo !

e assim elas vivem e padecem

tudo por culpa do amor que um dia

acreditam ter encontrado nos braços de um homem.

Flamarion Costa
Enviado por Flamarion Costa em 19/06/2009
Reeditado em 01/03/2012
Código do texto: T1656610
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