A lua me disse

Que saudade daquelas tardes

Tudo era sol

Vento leve

Sombras de árvores

O rio corria lento

E eu colhia pensamentos

Depois de semear tanta harmonia

A vida ia seguindo sem pressa

Pela a estrada do tempo

E os cantos dos pássaros surgiam

Sem medo e timidez

Era um emaranhado de sonho e realidade

Banhado de água pura de cachoeira

Se era sábado ou segunda – não sei –

Não importava

Tudo era magnificamente simples e bom

Olhei para o relógio e não havia horas

Tentei lembrar dos meus problemas: a correnteza levou

Meu jipe amarelado - meu companheiro

Meu velho violão desafinado – meu melhor amigo

Lá na linha do horizonte já se deitava o sol

E o céu começava a salpicar estrelas

Foi aí então que a lua me disse:

- Meu rapaz, nunca deixe de sonhar. Pois quem sonha chega a qualquer lugar.

Por isso sigo trilhando sonhos

Para chegar a lugares onde haja tardes como aquelas

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 26/06/2009
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