Anseios

Quanto pôde e o que foi feito,

Perdido naquela velha estrada,

A camisa aberta, estralando o peito,

O sol aparece, mas não ilumina mais nada.

Conto meus passos, um a um.

A distância fica mais intensa,

Já que não me resta centavo algum,

A cabeça se levanta e pensa.

Deito e sonho, você está lá.

Dispara palavras que magoam,

Confortam, aliviam e me enterram com uma pá.

Os delírios se aprumam, e voam.

Estendo a mão, estico os dedos.

Os olhos mostram o que teimo em disfarçar:

Inseguranças, incertezas, o amor.

A mistura de todos meus medos.

Nada pode ser mais doloroso,

Rasgar a carne e lhe mostrar o coração,

A distância nesse caminho defeituoso,

A saudade na palma de minhas mãos.