Carta a uma amiga virtual

Oi, amiga virtual e sentimental!

Tenho tido a impressão de que todos,

de repente, desaparecemo-nos,

pois não nos damos mais as caras,

nem sequer as palavras

de olá, até, psiu...

Vejo o mundo tão vazio,

na verdade, nem sei se estou vivendo

o exato momento atual,

tamanha é a luta diária

para acumular bens, matérias

para um futuro duvidoso;

sem percebermos que o presente

fora, para o ontem, uma era

igualmente futurística;

sem sequer notarmos o concreto

sentido da vida

que, de tão corrida,

perde-se, paulatinamente.

Como, aos poucos, esvai o senso

de direção, de emoção, de afeição,

e o elevado grau de dissenso

torna o ser propenso

a uma irreversível solidão...

Cid Rodrigues Rubelita
Enviado por Cid Rodrigues Rubelita em 16/06/2006
Código do texto: T176612