Ainda olho pra trás...
Ainda olho para trás...
Pra te ver...
Matar a saudade do brilho intenso dos olhos teus...
Ainda com a mesma esperança no peito
De que um dia você bata à minha porta
E sorrindo diga que descobriu ser ali o teu lugar...
Ainda olho pra trás...
Pra te ver...
E às vezes até toco o corpo teu em meus lençóis vazios...
No ar desenho teu rosto e sinto entre os dedos a textura da curvinha do teu sorriso...
Ainda no mesmo desejo
Que em uma noite de primavera como aquela em que partiste
Teus lábios pronunciem um eterno amo você e peçam pra ficar...
Ainda olho pra trás...
Pra te ver...
E em dias chuvosos e frios posso sentir o calor de teus braços...
O mesmo arrepio percorre meu corpo como daqueles após beijos no pescoço...
O mesmo sorriso estampa meus lábios...
E a mesma lágrima de solidão rola pelo meu rosto...
Ainda olho pra trás...
Pra te ver....
Só não te peço perdão por que não há crime,
Só não imploro que voltes por que conheço teu não...
Fico só e calada olhando teu rosto na fotografia
Onde tu vislumbras um futuro de rosas...
Enquanto eu, presa ao passado,
Ainda olho pra trás... sem te ter...