Retrato

Tenho somente um retrato guardado...

Já é longínqua a época que não lhe vejo,

Confio minhas forças num querer sobejo

Em ter-te a frente rosto tão rebuscado...

Fugir deste vago mundo de promessas,

Sonhos e esperanças na estranha limpidez

Da faustosa foto cheia de insipidez

Somente fenece no baú das tristezas!...

Aquele plácido sorrir cheio de vida

Que antigamente ornou minha existência...

Precioso fragor repleto de veemência

Findou-se na última lagrima vertida

Sobre teu retrato que existe apenas

Bailando nas velhas estações passadas...

Infinitas branduras das alvoradas

Nascem doridas e terminam serenas...

Sei que te amar sempre fora meu destino

Mas vós tendes igualmente teu livre arbítrio...

Faz-me mergulhar num imenso precipício,

De amor em amor tornar-me peregrino...

Carlos Barbosa, 19 de Setembro de 2009

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 28/09/2009
Código do texto: T1836807
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.