Frenética Saudade

Clamei por ti na solidão da noite

E pude perceber o sopro de tua voz distante;

Mergulhei nos abismos escuros da inconsciência

E pude retratar o frenesi de tua alma inconstante.

Senti os calafrios que dominavam teu espírito

E trouxe de ti a fobia de estar só;

Contemplei irremediavelmente meu destino

E a fantasmagórica imagem de me tornar pó.

No transcurso da viagem tentei divisar teu rosto

E vislumbrei tua face inundada por lágrimas de dor;

Instintivamente meus olhos umedeceram

Em sontonia profunda com sintomas de amor.

Uma saudade recôndita invadiu-me o peito,

Trespassou as fronteiras do infinito ausente;

Minhas mãos simularam prender teu corpo

E senti os eflúvios que pululavam em tua mente.

No apageu do êxtase premeditado,

Desvendei as associações das imagens distorcidas;

Compreendi que era um frenético transe,

Corrompida criação pela saudade de uma pessoa querida!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 03/10/2009
Código do texto: T1845832
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