SAUDADE


De mansinho pousa suas asas
em nossas emoções,
sem a menor sensibilidade.
Assenta-se em amores perdidos,
em almas pungidas
onde retinem sons antigos,
sonhos concebidos...
Mas não vividos.
É o canto triste do amor
que desencantou,
o acalanto onde deflui o pranto.
É o passado presente, latente
no melindrado coração
que se ressente.
É dor que não se vê,
um eterno doer
sem ter cura.
É ferida que não cicatriza,
marcas das mazelas da vida.
Saudade...
Temporada de partida...
Encontros que se desfizeram,
desencontros que revelam
neste curto espaço de tempo,
onde a existência nos escapa.
É a esperança oculta
na lágrima que cai lenta.
É a felicidade irrompendo
em puro desalento.


2006


Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 30/10/2009
Código do texto: T1895387