Lembrança de uma noite

Lembro-me daquela noite

Que te assentavas no peito

Um silêncio tão perfeito

Sentia ternura no açoite...

Palavras... Olhares... Gestos...

Insegurança... Torpeza...

Silêncio... Ânsia... Tristeza...

Cão contente com os restos...

O olhar que era doce agora

Só me é desejo mais distante,

Parto solitário errante

Por tristes ruas, na aurora

Da alva manhã silenciosa

Lobo em pele de cordeiro

No mundo vão passageiro

Padece com uma rosa

Debruçada sobre o peito!

Ó rubra rosa de um sonho

Tão tardio que lhe componho

No horizonte já desfeito.

Lembro-me e cai o vão pranto

De quem amou em demasia,

Mas lhe voara na ventania

Trouxe pouco!... Levou tanto!...

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 02/11/2009
Código do texto: T1900898
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