VIDA BANDIDA!


Encontro-me das garras do sofrer
pois sem que eu esperasse,
um só instante deformou meu viver,
esperando que eu aceitasse...

Perdi do verso a estrofe
só porque não entendi,
que quando o coração sofre,
preciso continuar a sorrir!

De mim, agora se esquiva,
pois meu sonho desfolhou
e quer que eu prossiga,
nas rimas da saudade que ficou.

Vida insensível! Indiferente!...
Acha que não fez nada demais,
transformou-me numa indigente,
mitigando um pouco de paz...

Não percebe a tão ingrata,
que a alma em pedaços
sem seu cálice de prata,
cobre o corpo de farrapos.

Deixou-me só e abandonada,
jogada à própria sorte.
Já que calou a poesia apaixonada,
conceda-me então, o alívio da morte!

Se anda assim tão zangada comigo,
a ponto de afastar de mim o amor,
meu porto seguro, refúgio e abrigo,
silencia de vez, toda minha dor!

Levou sem dó ou piedade
o brilho dos olhos meus...
termine sua tarefa, vida ingrata,
pois estou em meio ao breu!

Carrega-me! Pois me sinto nua
sem o lumiar da minha luz.
Ou pensa você, Vida Bandida,
que sem ele a sua, em mim reluz?...



2007

Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 03/11/2009
Código do texto: T1903654