Silêncio.

O barulho, fraco de um vento do sul,

Percebido somente pelo silencio que faz aqui.

Entre paredes frias e inexpressivas.

Escurecidas pela solidão e abandono...

Caminho calmamente em direção ao píer.

Não há pressa sem você aqui.

Não há nada aqui mais...

Tocada pela brisa triste e gélida, do mar revolto,

Meu corpo se arrepia e em uma tentativa vã de me proteger

Enlaço meus braços ao meu redor.

Levo meu olhar além do píer e vejo as ondas,

Em suas tentativas inesgotáveis de destruir as rochas...

E me sinto como elas, impassível enquanto dia a dia sendo destruída,

Por aquele a quem espero...

A cada entardecer, e que nunca chega.

E só há...

Silêncio...

Aonde houve sorrisos, e alegres abraços,

Silêncio,

Aonde houve beijos apaixonados, e promessas,

Silêncio...

Onde houve amor.

Silêncio...

Onde o pequeno rumor dos ventos, parece um vendaval.

Tento gritar,

Mas minha garganta desacostumada,

Emite apenas um lamento, sussurrante.

Lágrimas finas e silenciosas deslizam pelas minhas faces ressequidas pelo...

Vento...

Pelo...

Tempo...

E principalmente pela solidão, da sua ausência.

Afasto-me do píer, o sol se pos, e não há mais nada a esperar...

Caminho lentamente de volta a casa, vazia,

Restando-me apenas esperar um outro dia,

Esse quem sabe, trazendo você de volta.

Mais o silencio não me deixa levar adiante esse sonho,

Recordando-me do porque da sua ausência.

O silêncio.

E a espera...

Mais um dia, em vão... Termina, e só me resta dormir,

Quem sabe o sono da morte me leve, para junto de ti.

Tornando esse dia, o reencontro.

Mas essa noite eu fico mais uma vez aqui,

No silêncio...

Sem ti.

Adormeço, sozinha mais uma vez,

E o silêncio fica ao meu lado velando meu sono...

No lugar que um dia fora seu...

Eu choro em silêncio, dormindo...

E murmuro até amanhã.

Vivian “Drecco” sales de Oliveira

10/07/06

Vivian Drecco
Enviado por Vivian Drecco em 12/07/2006
Código do texto: T192550