O ANCIÃO

De olhos fechados,
Cabelos branquinhos,
Rugas estampadas,
Sorriso decaído,
Recorda um ancião:

Dos seus tempos de outrora,
Quando esperava a aurora,
Da esperança futura,
Vencer a vida ao lado do seu amor.

Bolinhas de gude,
Balanço no seu vai-e-vem,
Subindo nas árvores,
Descendo pelas gangorras.

Estilingue no pescoço,
Sacola nos ombros,
Iscas de peixes,
Se nenhum peixinho dourado...

Subindo no degrau da idade,
À jovialidade,
Mocidade inesquecível,
Descobertas infinitas...

Dos primeiros olhares,
Aos sedutores beijos,
Carícias primeiras,
Do seu primeiro amor.

Ele unificado pela ternura,
Foi único ao enlace,
Um encontro resultante,
De uma união conjugal.

Esse ANCIÃO, na retrospectiva,
Da sua felicidade,
Ainda rodeado dos frutos,
Dos filhos do seu grande amor...
Prende-se na tela,
De um pretérito encantador.

Sente o cheiro do amor,
Segundo... minutos...
De todas as horas vividas,
Ao aconchego desse amor.

Agora na estiagem,
Do seu vazio da solidão,
Contempla na velhice,
Os seus dias passados,
De uma grande união.

De repente! Lágrimas...
Desprendem-se de uma fonte,
Ela não  de um rio ou oceano,
Dos olhos fechados na recordação,
De um ontem imortal... sonhador...

Aglomerado de saudade...
Hoje, na cadeira de balanço,
O ANCIÃO contempla,
Pelos vitrais de cristais:
A cruz... que jaz...
O seu grande amor!

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POESIA
Fonte: VERSOS SEM RIMAS
Autor da poesia e ilustração-Foto-(À ESPERA DE ALGUÉM):
Prof. Roangas-Rodolfo Antonio de Gaspari-


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roangas
Enviado por roangas em 16/11/2009
Reeditado em 17/11/2009
Código do texto: T1926955
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