TAÇA AMARGA

Aqui me despeço, sorvo a saudade

Da musa que inspira bela afeição

Derramo meus versos com dignidade

Que d'alma aflora com mui emoção

E vão, inundando o meu pergaminho

Saudade maltrata meu peito, ó dor

Bebo mais uma taça; trago sozinho

E brindo a musa que inspira o amor

Mas, ó, ledo gesto! Nada mais adianta...

Partiu...Me deixo...E um nó na garganta

Trava a voz e a sós mil lamentos eu teço

Essa dor maldita em mim se agiganta

Bebo mais e mais para ver se esqueço

Taça amarga - saudade - não mereço

(Lena Ferreira)