Contando os passos

Conto pelos caminhos, todos os meus passos,

Medindo a distância até o desencontro!

O sol impertinente a me aquecer os braços,

E a tua ausência a me assustar, qual monstro

Que me impede de pensar sobriamente,

Como se tivesse bebido um copo de aguardente;

Quem diz ter amor, e que saudade não exaspera,

Caminha calmamente e pára em longa espera;

Pensa falar verdade, mas mentir é mais freqüente,

Pois, a vida é uma lição tomada de repente,

O amor é perdição, quem ama não tem nada,

Não ter nem a si mesmo, é coisa complicada,

Pode contar os passos e parar fechando a conta,

A dor só tem começo, quando a saudade aponta!