A MORTE SE APROXIMA

Já se passou tanto tempo

Eu aqui a pensar

O por que todos

Resolveram me abandonar;

Vivo só, numa casa humilde

Com um cachorro amigo

Queria que meus amores

Viessem viver comigo;

Meus movimentos são lentos

Minha audição é falha

Já perdi a conta de quantas vezes

Me cortei com a navalha;

Tenho as mãos trêmulas

Minha visão é deficiente

Guardo os dentes num copo

E estou sempre doente;

Sei que a morte está próxima

Mas não fugirei

Vou estar preparado pro chamado

Quando ela vier dizendo: “Cheguei!”

Júnio Dâmaso
Enviado por Júnio Dâmaso em 24/07/2006
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