O silêncio, a sina e o barco!

É menina... o tempo novamente se interpôs a nós!

E o silêncio que se avizinhava, tornou-se real...

Certezas incertas, não declaradas calaram nossa voz!

A vida, o destino e a sorte! Ô sina desleal...

Sabia... bem aqui no meu íntimo que seria assim!

A distancia se fazendo valer cada vez mais...

O final triste e melancólico digno de um folhetim!

Anunciando o barco em silencio, partindo do cais...

Fomos úteis a nós mesmos, suprimos nossa carência!

Nos demos as mãos e navegamos unidos...

Declaramos em uníssono toda a nossa coerência!

E acabamos por fim, pela perda de nós... punidos...

Nem em meus sonhos, que outrora foram teus, eu te vejo!

Perco na memória os versos que te fiz...

Meu barco a vela ainda flutua, porém, viaja em voltejo!

As ondas do mar apagaram os escritos de giz...

Não cabíamos em nossos sonhos mais enlouquecidos!

Minha vida, tua vida e nossas conseqüências...

Não podiam ser arquitetados, não estavam amadurecidos!

E sonhamos muitas vezes o impossível... nossas demências!

Resta apenas o que se viveu, amiúde e com consciência!

O barco encontrou uma nova doca, um novo porto...

Foram as amarras, que por serem vãs se soltaram da dependência!

E reacendeu a vida novamente no que jazia morto...

Marcelo Scot
Enviado por Marcelo Scot em 05/01/2010
Reeditado em 09/03/2010
Código do texto: T2012766
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