No calor da invernia

Quando o frio bateu em minha janela,

fez-se d’enlevo tão sublime meu dormir

qu’enfeitiçad'acordei em garça singela,

brotando um eterno e suave prosseguir!

Eu sempre amante das folhas desertas,

fui da noite,d'inverno,brisas incertas,

sequei na nevasca e floresci no outono,

e agora sou envelhecer do fruto ameno!

Tenh’amanhecida uma carência guardada

no aroma que gerou a flor da primavera,

o mesmo fogo qu’inda arde a minha vida,

a cad’inverno que m’aconchega e cheira!

As horas brotam talo heras perfumadas

neste tempo infindo, manso, adocicado,

onde cad’esperança vive das reticências

que preenchem as irrestritas ausências!

Santos-SP-25/07/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 25/07/2006
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