Geraldo Alverga - Para Marisa Alverga

A verga da porta resiste

através dos séculos.

O mastro das jangadas nordestinas

enverga, mas não quebra

sob o vento passageiro

das noites tenebrosas.

Geraldo também continua ...

vivo

resistente

tocando a manada dos poetas

envergando

o coração endurecido

dos imbecis.

Geraldo não morre nunca.

Não comemorem a sua morte.

Não chorem mais a morte,

de quem não pode mais morrer.

Geraldo Al-verga

outra coisa verga:

o coração da gente.

Ainda hoje

seus olhos enxergam ...

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1) Publicado em "A Toca do (meu) Poeta" - Nº 17 - MAR/1984 - Guarabira (PB).

2) Publicado em "Verso Reverso" - ABR/MAI/1985 - Rio de Janeiro (RJ).

3) Publicado no livro "Libertas quae sera tamen ou Escravo, Portanto Escrevo" - Ribro Arte Ed. - Rio de Janeiro - 1987 - pp. 54.

4) Publicado em "Poesias ao Sabor do Vento" - http://www.bchicomendes.com/dcarrara/geraldo.htm