Espinho na Carne
Espinho na Carne
Sangra pelo corte
Deixado pelos dentes afiados do dragão
A carne que outrora era forte
Agora não passa de um monte
Monte em putrefação...
Os olhos que a tudo assistiam
Agora são dois focos sem brilho
Em meio aos auspícios de uma saudade...
O espinho adentra à carne
E as veias em soluços
Vertem suas últimas gotas...
O vazio do acaso
Deixa marca tenebrosa
Enquando o agitado coração
Vai perdendo suas forças
E os sentidos do corpo
Entram num labirinto
E em ato de união
Buscam retirar o espinho
Para atenuar a dor...
Espinho na carne
Silêncio falante
Que aguça a solidão
E fere a alma...
Espinho na carne
Que atrofia o peito
E embarga a voz
De um ente solitário...
Espinho chamado saudade
Que penetra com maldade
E me deixa longe
Do meu inesquecível amor!
Carne
Que é sensível
E que te espera com uma dor terrível!
Mas te espera...
Como o jardim...
Espera a flor!