Espinho na Carne

Espinho na Carne

Sangra pelo corte

Deixado pelos dentes afiados do dragão

A carne que outrora era forte

Agora não passa de um monte

Monte em putrefação...

Os olhos que a tudo assistiam

Agora são dois focos sem brilho

Em meio aos auspícios de uma saudade...

O espinho adentra à carne

E as veias em soluços

Vertem suas últimas gotas...

O vazio do acaso

Deixa marca tenebrosa

Enquando o agitado coração

Vai perdendo suas forças

E os sentidos do corpo

Entram num labirinto

E em ato de união

Buscam retirar o espinho

Para atenuar a dor...

Espinho na carne

Silêncio falante

Que aguça a solidão

E fere a alma...

Espinho na carne

Que atrofia o peito

E embarga a voz

De um ente solitário...

Espinho chamado saudade

Que penetra com maldade

E me deixa longe

Do meu inesquecível amor!

Carne

Que é sensível

E que te espera com uma dor terrível!

Mas te espera...

Como o jardim...

Espera a flor!

Mestre Tinga das Gerais
Enviado por Mestre Tinga das Gerais em 16/03/2010
Reeditado em 25/10/2013
Código do texto: T2142091
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