UMA SAUDADE ETERNA

Enquanto lá no céu, passeando entre as nuvens

A lua aparecia e desaparecia

O silêncio que adentrava pela noite nos causava nostalgia

Ao tempo em que nos proporcionava uma sintonia de paz

De cumplicidade, e até um certo relaxamento

Levando-nos à refletir sobre o acontecimento de episódios

Fatos, e situações do nosso dia-a-dia...

Era muito comum eu e o papai ficarmos assim

De frente um para o outro, conversando horas a fio

Recordando épocas, papeando sobre o passado e questionando

Nossas atitudes, às vezes tão iguais, ou simplesmente parecidas

Diante de sentimentos contidos e incontidos

Dos nossos sonhos e emoções

Cujas venturas e desventuras foram tantas...

Sorríamos às gargalhadas ao contarmos as peraltices

Que praticamos às escondidas enquanto crianças

Relembrando dos lugares e das pessoas daquela época

Assim, sem delongas, falávamos com emoção

Das nossas reminiscências, sorrindo, chorando, ou em silêncio

Aconchegados, um nos braços do outro...

Àquela noite que vivi, foi uma das mais inesquecíveis

Dentre outras que marcaram a minha vida

Lembro que a madrugada adentrava-se apressada

E o crepuscular nem sonhava amanhecer ainda

O sereno da estação refrescava nossas lembranças

Flexionando-nos, sem limites, diante de mil chances

Para novos devaneios...

Hoje, segundo domingo de agosto, Dia dos Pais

Sinto uma saudade imensa da sua companhia

Das estórias engraçadas que costumava contar

Das experiências que transmitia com simplicidade

E da firmeza na pronúncia da palavra final

Expressão exclusiva, daquele pequeno grande homem!

Laura Limeira
Enviado por Laura Limeira em 15/08/2006
Código do texto: T217438