Cantares de Saudade


I
Às voltas vive o mundo
Nas voltas que o mundo dá
Cruza o céu imenso, profundo
E nunca sai do lugar
II
Órbitas que não se vê
Mas tudo tem onde ficar
Nas linhas ler e escrever
Nesse silêncio falar
III
Somente o necessário
Para a mensagem vingar
No éter dos emissários
Distantes do nosso olhar
IV
E se o brilho não vingou
E a alegria se foi no ar
Talvez o algo que restou
Seja o aconchego de amar
V
Dia e noite o sentir do beijo
Quando o peito fez transbordar
Pelo toque, doce e queijo,
Na fome do saborear
VI
Quedar-se e mais querer
Nesta praia e quebra-mar
Naquele abraço viver
Naquelas águas se afogar…
VII
Não fora este nutrir
Quisera mais trafegar
Aquelas rotas seguir
Naqueles braços ancorar
VIII
Como o navio chega ao porto
Feliz em poder regressar
Nesse encontro alma e corpo
Não querem se separar
IX
Se as águas ficam revoltas
Para a embarcação navegar
O tempo de rédeas soltas
Estende as mãos a amparar
X
E os amantes impulsivos
Ansiosos pra se encontrar
Controlam seus explosivos
Pra hora de detonar
XI
O entusiasmo, mantendo
Nada os faz desanimar
Arestas que vão crescendo
Resistem em aparar…
XII
A cada nova carícia
Que canta o seu cantar
Renascem naquelas delícias
Que os fazem retornar…
XIII
Naquele desejo o quanto
Que querem se aproximar
Ficam tão próximos, tanto,
Que deixam de ser um par
XIV
E o que era dois se torna um
Estável forma de acasalar
Livres no pensamento, nenhum
Quer ser livre para voar…

Ibernise
Indiara (Goiás/Brasil),13ABR2010
Núcleo Temático Romântico.
Ibernise
Enviado por Ibernise em 13/04/2010
Reeditado em 30/06/2011
Código do texto: T2193983
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