meus balangandãs

carrego comigo minhas tralhas

que não me atrapalhariam

apenas reduziriam

a minha distância de mim

seriam talvez algo assim

como meus balangandãs

dos quais não consigo dizer

que posso me desfazer

porque todos têm minha face

e em todos o meu desenlace

se faz no horizonte perdido

se tenho na vida sofrido

as marcas carrego comigo

se tenho da vida zombado

não posso deixar no passado

aquilo que já me marcou

não posso dizer pra onde vou

mas sei que consigo chegar

é só não deixar de levar

comigo meus balangandãs

é só não deixar de querer

que surja um outro amanhã

e só não deixar de esquecer

que sigo nos braços do tempo

de quem peço mais um momento

pra só ver a vida passar

se a ilusão permitir...

Rio, 02/03/2009

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 26/04/2010
Código do texto: T2221427
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