Ausência.

Quando se cansarem os amantes

E não mais estiverem enlouquecidos

Pela fome de ousadia e pelo ódio em carne,

Irão sentir ligeiramente um vazio

Sentirão a falta de alguma coisa ainda que morna

E lhes ocorrerá o medo de morrerem a sós.

Apenas vagas estrelas no universo

Resíduos de amores e amores em começo.

Será a face do último quadro;

O sabor do último beijo ainda que frio

A saudade do último brilho no olhar

O silêncio do último poema

E a dor pela ausência

De motivos que lhes façam sonhar...